Vulnerabilidade de Idosos a Infecções Sexualmente Transmissíveis

Written by Erika Alves

5 de fevereiro de 2022

Análise de Artigo

Análise feita pela ligante Erika Alves

Publicada no Instagram dia 26 de Maio de 2021.

Mesmo com a estimativa que em 2025 o Brasil seja o sexto país com o maior número de idosos, estudos mostrando a vulnerabilidade desse grupo em relação às IST são poucos, por esse motivo esse artigo se faz tão importante.

“Pesquisadores tem indicado que os idosos continuam sendo sexualmente ativos, inclusive após os 80 anos de idade”

Por se tratar de um estudo do tipo transversal, os autores optaram por estudar três patologias, são elas: sífilis, hepatite B e HIV/Aids. O público estudado foi idosos de 60 anos ou mais, cadastrados na Unidade Básica de Saúde(UBS)do município. Fatores de inclusão foram: serem moradores do local e ter tido relações sexuais em algum momento da vida; fatores de exclusão foram: possuir diagnóstico de doenças que comprometesse o estado cognitivo.

Para análise, foram realizadas coletas de sangue nos 382 participantes do estudo, desses, 13 obtiveram resultado positivo para IST, sendo a mais frequente a sífilis, 10 casos. Dos participantes, 61,8% eram do sexo feminino e 62,2% tinham parceiros fixos. A maioria dos idosos ( 82,2%) não relatou histórico de IST e 20,4% nunca tinham feito exames para verificar a presença dessas infecções.

Por ser escasso os estudos que retratam a prevalência de IST em idosos, não foi possível os autores compararem dados, mesmo assim, eles consideram alta, principalmente se tratando da sífilis. O estudo conclui que dois fatores são importantes na associação de IST em idoso, são eles: história de IST e ser do sexo feminino. A história é importante porque ter apresentado IST em outras fases da vida indica a adoção de comportamentos de risco anterior, nesse sentido, desenvolver reinfecção ou novo quadro infeccioso, após os 60 anos, evidencia vulnerabilidade individual.

A associação com o sexo feminino foi surpreendente, pois tem-se a visão que esse grupo vai mais a consultas e consequentemente teria menos riscos por “se cuidar” mais, entretanto, o estudo mostrou que tanto a vulnerabilidade social as quais as mulheres vivenciam, quanto programática, pela perda de oportunidades de identificação de casos e implementação de tratamento efetivo, nos serviços de saúde são fatores importantes.

“Precisa-se de estratégias que favoreçam às mulheres negociarem a prática de sexo seguro e a educação permanente dos profissionais na temática.”

O motivo de números tão altos, pode ser explicados pela visão retrógada de muitos profissionais ao enxergar os idosos como serem assexuados. O estudo mostra a importância de capacitar os profissionais para que eles ajudem a prevenir tais infecções e a promover ações educativas para os idosos.

“Profissionais tendem a considerar idosos assexuados e, como tal, sem possibilidade de terem IST, dispensando a abordagem preventiva.”

Para ver o artigo completo acesse o link.

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